Sigo em meu twitter um site de marketing e, hoje de manhã, recebi um post sobre um novo concurso promovido pela loja de roupas Renner, no sul do país. Se trata de um concurso de estampas no qual o premiado terá sua estampa usada na nova coleção mais um super-hiper-mega-tudo-de-bom prêmio de... R$ 400,00 (isso mesmo, quatrocentos reais) em compras na loja, o que dá entre 5 a 6 calças jeans (risos).
Pilantra é pouco pra este concurso. Não quero ofender a mãe do idealizador mas com certeza ela não fez um bom trabalho.
Mas falando sério, fico aqui refletindo: quem é o público-alvo e qual o objetivo destes concursos?
Marketeiros de plantão, dêem seus palpites!!
Com certeza, este tipo de concurso não é voltado para ilustradores e designers (realmente) profissionais pois qualquer profissional que se preze não ia prestar um serviço de graça, a troco de banana - ou camisetas, ou calças jeans. Assim, imagino que o maior público sejam artistas de fim-de-semana e entusiastas da profissão: "Puxa, já pensou as pessoas usando a camiseta q eu desenhei??!", pensa o dentista que gostaria de ser ilustrador - (pode virar designer de dentes,rss); ou "Oi, amor, lembra aquela pintura que fiz no curso da igreja, virou uma estampa da Renner." O fato é que talento nem sempre vem agregado a profissionalização e muitas pessoas não se importam (ou apenas desconhecem) com um contexto de ações e direitos de designers e ilustradores.
Outro fato é o tal do conteúdo colaborativo, ou seja, a utilização de peças elaboradas gratuitamente pelo público. Isto está presente em todas as mídias e em muitas ações de marketing e é apontado como uma forma de aproximação, interatividade, entre a empresa e o cliente-consumidor. Confesso não saber o real tamanho disto, tanto em sua aplicação quanto em seus resulatdos. Também não sei avaliar o tamanho do estrago (se é que há). As empresas estão cientes q esta forma de concurso está sujeita a milhares de peças inúteis, que profissionais mais bem preparados provavelmente rejeitarão o concurso e que alguns ilustradores iniciantes ou curiosos mais talentosos é o q restará. Contudo, além de passar uma imagem de proximidade com o público, as empresas talvez esperem descobrir um novo talento, a quem amarrarão pela eternidade por contrato qualquer.
O fato é q esta modalidade de atitude ganha corpo, ganha força muito mais rapidamente do que é combatida e rechaçada. Os profissionais da imagem são um grupo pequeno. A grande maioria do público, infelizmente, não enxerga nada de errado com isso e acha até legal. Muita gente já me disse pra participar destes concursos. Escolas de arte pequenas incentivam seus alunos a participarem.
Não acho q estes concursos são simplesmente medidas para economizar dinheiro deixando de contratar um profissional. Há mais por trás. Também não acho q será isso q enterrará o ofício de imagem. Mas devemos ficar atentos, com o tamanho e projeção. Recentemente, o Montalvo conseguiu suspender um concurso da livraria da vila que continha termos sinistros.
Porém, mais e mais empresas adotam esta estratégia de concurso evamos ver onde isso vai nos levar.
e assim caminha a humanidade...
abraços
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Há 11 meses
6 comentários:
É concurso pra mostrar pra família.
Acho que nem pra currículo serve direito.
Também acho que o público-alvo não são os profissionais, e nem acho que o objetivo é obter uma estampa comercialmente atraente por si só.
Mas se o que vale é somente o marketing, para fazer o público participar/aproximar e fixar a marca ou algo assim, será que esse tipo de concurso funciona ou é só modinha da era "web 2.0"?
Agora, um aspecto negativo é passar a idéia de que ilustração e design, pode ser feito por qualquer um; e que vale apenas 6 calças jeans.
Pois é, Eldes, até q ponto essas ações ajudam em alguma coisa? Mas com certeza, isso já há anos, ilustração virou "algo q qualquer um pode fazer", afinal é só um desenhinho, né?... e assim caminha a humanidade
Pra variar, acho que é mais um desses concursos feitos "na empolgação", sem levar em consideração todos os aspectos da história.
Uma loja como essa dar um prêmio ridículo como esse já desmereceria qualquer promoção. Cadê a casa, um ano em compras, guarda-roupa completo? Eh lá em casa... - rs - sem noção!
Esse lance do conteudo colaborativo é complicado, tem o lado da proximidade do publico , coisa amadora mesmo, mas tem uns lances oportunistas, tava vendo uma matéria na Você S/a(acho), dizendo que isso pode ser uma tendencia, coisas como a camiseteria por ex brotão aos montes.. tem um de 2 caras ingleses que tá bombando e já são usados como modelos de empresário...
Detalhe o deles é pior que o da camiseteria pq as coisas de qualidade que ganham, NÃO SÃO PAGOS!
Um concurso sem pé nem cabeça. 400 paus, qualquer um que frequenta a loja gasta. Eu, particularmente acho fraca, com opções e soluções de vestimentas copiadas de padrões europeus e americanos, absolutamente descontextualizada. Vende bem para o público que está doutrinado.
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