Outro dia conversava com minha esposa sobre o retorno que há em uma vida acadêmica.
Há muitos anos que dou aulas. Inicialemente foi como mais uma alternativa de rendimento, mas logo fui tomando gosto pelo ato de ensinar.
Naturalmente, busquei crescimento nesta atividade, buscando melhores locais para dar aula e novos conhecimentos para melhorar minha perfomance como professor.
Bem, meu interesse em ensinar me levou ao ensino superior. E diante deste novo panorama, retomei um velho projeto: o mestrado.
Auxiliado por duas grandes pessoas (a quem sempre serei grato), meu grande amigo Alberto Pessoa e o Prof. Elydio do Santos, montei meu pré projeto de pesquisa e ingressei na Universidade Metodista dentro do programa de Mestrado de Comunicação Social.
Quando fazemos esse tipo de opção nos deparamos com um mundo totalmente novo. Um mundo no qual o real valor é o conhecimento. Da noite para o dia me deparei com uma avalancha aterradora de textos, livros, artigos e novos códigos de convívio.
Não tem como permanecer o mesmo quando se adentra a academia, nos tornamos um pesquisador, e passamos a viver em um mundo totalmente diferente. Um mundo com seus heróis, seus mentores, seus reis e seus vilões também, por que não?
Neste mundo, passamos a ver a realidade com olhos diferentes, mais críticos e passamos a correr atrás de um tesouro diferente: o conhecimento, nosso capital intelectual.
Nosso caminho na academia deve nos levar (se aguentarmos o tranco e perseverarmos) cada vez mais para o alto: mestrado, doutorado, pós-doutorado, Phd ..., e vamos acumulando cada vez capital intelectual.
Dentro desta trajetória, muitas vezes nos deparamos com o papel de professor, um oficio antigo e que carrega respeito e significação milenares. O papel do professor (bastante judiado mas ainda quase mitico) é o de detentor e multiplicador de conhecimento. Um guru, uma especie de mentor. Por isso mesmo, agrega um carga simbolica indiscutivel e uma valor próprio.
Ironicamente, muitas vezes nos encontramos num patamar economico pouco confortavel dentro da sociedade , inclusive em relação aos próprios alunos. Porém , dentro da sala de aula ocupamos o topo da cadeia, como detentores maiores do capital em questão, o intelectual.
Mas não pense que essa relação mitica de poder é nossa motivação.
Como qualquer cidadão, buscamos realização e um recompensa, que na vida de um pesquisador vem na forma de publicações, livros, artigos, conferências, e , principalmente, a descoberta de novos conhecimentos.
Não quero passar a impressão que é um mundo cor-de-rosa, no qual tudo são flores, principalmente num pais como o Brasil, onde ser pesquisador muitas vezes é uma tarefa herculea e ser professor pode ser significado de masoquismo. A rotina academica é massacrante e nos deparamos com situações desagradaveis muito frequentemente, alérm de escolhas dificeis e muitos deficts em nossa vida pessoal. (por isso é importante ter muita estrutura psicológica)
Nem sempre o retorno econômico vem na mesma medida que o retorno intelectual. E pesquisador/professor também precisa comer , morar e se vestir... e cabe uma grande pergunta que ainda não sei responder ao certo: se esse capital intelectual se traduz em capital financeiro...
Contudo, digo que é uma opção de vida apaixonante e que vale a pena trilhar e tentar responder com uma final feliz a esta pergunta.
abs
Como cancelar o FIES
Há um ano
Um comentário:
A gente faz a opção de dar aulas "por paixão", mas bem que poderia ter também uma boa remuneração, não podia? - hahaha
Adorei o seu portfólio no seu site.
Mantenho um humilde Blog, se quiser olhar: silviazampar-unip.blogspot.com.
Bjão e valeu a força
Postar um comentário