Esses programas se caracterizam por dispustas entre os participantes, em vista de uma pomposo prêmio em dinheiro (no caso do Aprendiz também uma polpuda sociedade com o Justus), primando pela concorrência a qualquer preço, o individualismo exarcebado e a primazia de valores materiais.
Sei que essa minha postura é um tanto quanto ingênua e até estranha vinda de um profissional de mídia e mestrando de comunicação, porém, dia-a-dia vejo uma corrida insana atrás de se ser o "primeiro", o "melhor", o "maior", e cada vez as regras de disputa escorregam por vias menos éticas. O segundo colocado é conhecido como o primeiro a perder !! E as justificativas para isso, que são muitas, resumem-se a um "a vida é assim...".
Mas será que tem de ser? Temos mesmo de viver essa corrida ao "sucesso" individual a qualquer preço? Será que não estamos vivendo uma exigência muito grande e esqucendo de valores coletivos e mais espiritualizados? Por que o mundo se transformou nessa corrida de fórmula 1 rumo ao topo?
Aquele que não é primeiro é taxado de fracassado, ordinário, só mais um e com isso milhares de pessoas afundam em neuroses perfeccionistas, cultos a imagens idealizadas de beleza e sucesso, e uma preconceito àqueles que não atingem os patamares cada vez mais exigentes de sucesso.
Isso me preocupa, sobretudo, em relação às crianças, pois a infância torna-se cada vez mais curta em benefício de aprendizados com vista ao mercado de trabalho. Não educamos nossas crianças, as adestramos. E o pior, dentro de valores deturpados de imagem, sucesso e prioridades.
Não sei quais serão os efeitos disso, mas não vejo com bons olhos o mundo em que vivemos.
abs